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Mostrando postagens de março, 2023

Chocolates artesanais são a solução

Ah o coelhinho da páscoa! O velho conhecido e imortal , o bom velhinho versão animal . O coelhinho dos olh o s vermelhos de origem suspeita que inflaciona ano a ano o preço do chocolate, aquele chocolate que tantas vezes é oriundo de mão de obra escrav a . Coelhinho do pelo branquinho, que bem poderia ser cinza, marrom, mesclado ou preto pra não descriminar ninguém, né?! Coelhinho, pra que servem essas orelhas bem grandes que não escutam os apelos do consumidor e nem da mão de obra? E não me venha com esse papo que é assustado, assustada sou eu quando vejo o preço dos ovos de chocolate. Guloso, eu não nego você deve ser, mas acho que talvez ganancioso lhe definiria melhor, não? Fica manhoso por uma cenoura? Não, fica não! Com o valor desse ovo dá pra comprar uns 10 kg de cenoura. Fica bem tranquilo, porque além do mais você tá aí nos vendendo calorias e mantendo o shape de instagram na base da cenoura. E afinal de contas, vamos parar com essa indecisão ou pula frente ou pula

Clube das Mulheres

  Tenho um grupo de whatsapp com algumas amigas das antigas que chama “Clube de Mulheres”. Ele já teve vários nomes, mas o último que ficou foi esse. Nele libertamos o macho escroto que vive dentro de cada uma de nós e compartilhamos um monte de merd@. Objetificamos homens sarados, temos figurinhas dos mais variados paus, vez ou outra tem gatinho fofo (o animal mesmo), piadas com e sem graça, utilidade pública, kid bengala e declarações de amor às amigas. É nosso espaço de subverter a lógica machista e patriarcal. É ótimo! Não mudamos o mundo nem nada, mas damos risadas a beça e nos acompanhamos ao longo do tempo, mesmo com as distâncias físicas e por vezes ideológicas que se impõem. Esses dias alguém compartilhou lá uma notícia de um jornal de 1904 que listava o que uma mulher precisa aprender para ter merecimento real. Sim, isso mesmo que você leu. Momento de respirar fundo, antes de prosseguir, e lembrar que há quem negue a importância do movimento feminista. Sigamos, segundo

Carta à psicóloga do meu marido

  Bom dia! Eu podia vir aqui dizer que você está fazendo um bom trabalho, mas acho que isso é que nem elogiar jogador de futebol que faz gol. Além de que a exaltação só a você seria injusto com a minha psicóloga e a psicóloga da nossa filha, afinal esse time que, não obrigatoriamente, entra em campo ao mesmo tempo tem tido bastante sucesso junto. Vencemos uma pandemia e atravessamos uma reforma com muita paciência, algumas discussões sobre cor de parede e padrão de azulejo, mas nada que nos tirasse do nosso projeto de vida conjunto. Deixa eu te contar, tenho tentado ser um pouco menos controladora, venho trabalhando isso com a minha psicóloga. Meu lado gerentão da família não nasceu assim do nada, na verdade os entes queridos foram se omitindo, eu fui tomando as rédeas do negócio, o que era interessante para essa minha vertente controladora. No entanto, as coisas tomaram tal proporção que eu estava sobrecarregada, estafada, cansada, exausta e desde que me dei conta disso tenho f

Homenagens ao dia internacional da mulher

  O dia internacional da mulher é uma data muito interessante do ponto de vista das homenagens. A maioria dos homens não tem a menor ideia de como agir. Cumprimenta ou não? Se cumprimenta diz exatamente o quê? Quase um: reconheço que tô numa posição privilegiada na sociedade machista, mas tá cômodo assim. Também tem as empresas que precisam fazer homenagens, já entenderam que não é pra dar rosa e bombom, mas não tem a menor ideia do que fazer. Talvez uma boa ideia fosse igualdade salarial, mas pensar em ações pontuais é mais prático e não muda a estrutura que funciona para quem está no comando. Basicamente é um dia que, a exceção das mulheres que se cumprimentam e geralmente sabem o que dizer umas pra outras, o restante da população fica com cara de quem peidou no recinto. Esse ano vi muitas homenagens, algumas até muito boas. Outras nem tanto. A empresa em que uma amiga trabalha pagou para as funcionárias um dia no salão de beleza . Não bastasse a homenagem ao dia da mulher s

Memórias de um útero sintético

  Acho que e u tinha uns 6 anos e devia andar perguntando muito de onde vem os bebês quando eu e meus pais fomos a uma exposição interativa temática sobre o corpo humano feminino. O u, talvez, minha mãe que sempre me despejou informação reprodutiva e sexual, provavelmente com medo de eu ser um a ignorante, qu isesse desesperadamente me fazer entender o funcionamento do meu corpo e a concepç ão humana . Nessa época já havíamos lido exaustivamente, os clássicos da educação sexual do fim do século passado, “De onde viemos” e “ O que está acontecendo com igo ” ( ainda que nada estivesse acontecend o , era preciso estar preparada ). Não tenho certeza, mas talvez a mostra tivesse alguma ligação com o dia internacional da mulher. U ma exposição interativa na metade da década de oitenta deveria ser algo bastante rudimentar, mas a lembrança que tenho é tão tecnológica que cheguei por um tempo a pensar que isso não tinha de fato acontecido e era uma memória criada por mim. E stes di