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Mostrando postagens de dezembro, 2022

Votos mati inset

  Odeio baratas, mas quem gosta? Não tenho pânico, tenho nojo. Elas são sorrateiras. Começa o verão e elas surgem. Dizem que coisas doces as atraem, devo ser a pessoas mais doce do universo (o que honestamente discordo, sou ranzinza e bastante azeda, talvez agridoce), mas baratas me amam. Não foi nenhuma, nem duas vezes que um desses insetos lastimáveis resolveram passear pelo meu corpo. A primeira vez, eu chegava em casa de noite com meu marido, não tínhamos as meninas, morávamos no quarto andar sem elevador. No primeiro andar, senti uma coisa caminhando em minha perna por baixo da minha calça jeans. Instintivamente soquei a minha perna e ouvi o “creck”. Cheguei no andar do nosso apartamento sem calças e meus gritos movimentaram os andares que percorri até minha porta. Entrando, corri pro banho. Saí do banho e passei muito álcool na perna. Meu marido ficou aliviado de não termos um maçarico em casa, sabe-se lá o que eu faria com a minha perna. Depois disso já me acordei umas qua

Então é natal. O que você fez?

  A Simone está cantarolando pelo Brasil “Então é natal, o que você fez?” e tem uma galera que esse ano que está revoltada com a letra da música. Confesso que acho que já não era sem tempo essa canção gerar uma revolta popular. Desde a década de 90, nessa época do ano, em qualquer loja que a gente entre ou pare na porta pra aproveitar o geladinho do ar-condicionado ouve-se o questionamento sendo cantado. Se você observar com cuidado vai notar que loja cara, não coloca essa música a tocar, mas loja popular fica lá fazendo o trabalhador consumir pela depressão que a canção gera. O bom é que Simone nos coloca no clima pra encontrar pessoas que não vemos há tempos e irão nos perguntar: O que você fez? E a gente que vive em uma sociedade em que as pessoas têm que estar em constante produção fica meio sem resposta, porque a maioria de nós não ganhou um prêmio nobel, não venceu uma maratona (pode até ter corrido, mas de 2020 pra frente se não postou não tem valor) e parece que não fizemo

Não há o que não haja

  Não sou a favor de censura, mas creio que há uma diferença grande entre censura e colocar limites no que é aceitável para bom andamento de uma sociedade civilizada. Regras básicas de convívio que precisam ser respeitadas. Perder meu tempo no Instagram, faz com que eu me convença dessa teoria. É preciso um tipo de regulamentação. O ciberespaço não pode ser terra sem lei. Há coisas que deveriam constar como violação de regras das redes sociais, mas passam batido como se fosse a coisa mais normal do universo e não é nada de extraordinário, regras sociais bem básicas são completamente ignoradas. Coisas que podem até mesmo nos levar ao fim da humanidade. Por exemplo, esses dias me deparei com um vídeo de uma pessoa comendo uma pizza/ sushi. Que consistia basicamente em uma alga a milanesa cortada em triângulo, tal qual uma fatia de pizza e por cima tinha arroz japonês, pedaços crus de salmão, cream cheese. Uma moça bonita sensualizava, colocando shoyo no negócio e dava uma mordida na

Retrospectiva

  Uma das coisas que eu gosto nessa época do ano, são as retrospectivas. Ou gostava. Na TV é aquele festival de tragédia, com pingos de compaixão e gentileza pra dizer que o ano nem foi assim tão péssimo. Adoro a do spotify, que nos mostra tudo o que ouvimos durante o ano. Embora totalmente clichê gosto de compartilhar nos stories do instagram. Fazer propaganda gratuita pro app e ainda me sentir um ser de extremo bom gosto. No entanto, esse ano estou impossibilitada de dividir com meus parcos seguidores do mundo virtual minha retrospectiva spotifyniana. Não vai dar para me gabar e expor um pouco mais de mim. Fui toda feliz no app ver meu retrospecto de 2022 e descubro que no meu top 5 das músicas mais ouvidas está nada mais, nada menos que “Boyfriend” by Justin Bieber. Primeiro momento um choque! Cadê Marisa Monte, Blitz, Caetano, Gal, Areosmith, Beatlles, Amy??? Como Justin Bieber veio parar aí? Esse app deve estar completamente doido. Como chegamos nisso? E aos poucos começo a me

As tias do Zap

  Estou eu em uma manhã ensolarada de quarta feira na minha academia de velhinhos, que não tem nem espelho pros marombas se olharem e os alunos são basicamente pessoas preocupadas com a sua saúde, não com seu formato. Fazia exercício na rua e três jovens com idades variando entre 70 e 90 anos, estavam na parte interna do estabelecimento, quando ouço Regine (nome fictício, baseado em fatos reais), uma senhora alta, elegante muito distinta que usa óculos de strass e às vezes ostenta uma bolsa Channel, segundo ela basiquinha para ir na academia, dizer: - Vocês ouviram falar da morte do Lula? Meu radar anti fake news fez plim no meu cérebro, me alertando que a elegante e simpática senhora era uma tia do zap. Por sorte, eu estava na rua e ela na parte interna, assim eu não ficava obrigada a desmenti-la, podia apenas ser espectadora do que seguiria. Até porque honestamente tem certos absurdos que eu não tenho mais saco de desmentir. A última vez que tentei amigavelmente colocar algum j