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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Perto do Fogo

  Esses dias eu vinha no carro ouvindo música, quando toca "Perto do Fogo" do Cazuza, mas a versão da Rita Lee e do Roberto de Carvalho no disco Bossa N 'Roll de 1991. Acho que eu não ouvia essa música desde antes da pandemia. Lá pelas tantas Rita declama e questiona como será 2020 e eu, mentalmente, fui respondendo: “ No ano de 2020 como será que vai estar o B rasil?” Ihhhhhhhhhh nem pergunta, chegamos em 2021 e só piora. “ Será que vai ter floresta? Pelo menos uma?” Olha, estão tentando queimar tudo e passar a boiada. “ Será que vai ter um índio, dois? Uma tribozinha? Será que vão sobreviver?” Nossa, Meninaaaaa, quanta clarividência! Há uma tentativa de extermínio. “ Será que a gente aguenta?” Aguentaaa, aliás bem mais do que imaginamos e deveríamos. “ De repente os trombadinhas crescem e viram políticos.” Vamos respeitar os trombadinhas, o caso é bem mais grave! “ Brasil tão bonito né? Grande! País doido esse.....vai ser tudo igual… ” Sim, tudo igual p

Saudade de carnaval

  Eu não sou a pessoa mais carnavalesca do mundo. Já fui, mas foi uma fase que passou. Atribuo isso a um trabalho que fiz anos atrás em que fui responsável por montar uma escola de samba mirim, o que me ocasionou uma overdose de folia. Desde então meus carnavais são menos no meio da multidão. Ainda frequento bailinhos infantis, porque minhas filhas adoram e é uma maneira de me divertir com as amigas, mães das amigas das minhas filhas, mas não tem mais aquela coisa de ficar bebassa, até porque as chances de perder as crias no bailinho seriam grandes. Dá para tomar uns bons drinques de leve, dançar com as crianças, jogar uns confetes e ver elas todas catando os papeizinhos picados no chão. Esse ano por motivos sanitários não tivemos nada disso. Senti uma falta danada do bailinho do ano passado. Senti uma falta danada da companhia das amigas de bailinho infantil que me ajudavam a não perder minha filha mais moça no meio da multidão, já que ela é um perigo: engata uma primeira e sai que

Rindo de nervosa

  Esses dias vi um vídeo da Mônica Martelli no Instagram do GNT em que ela fazia uma mãe em um carro e no banco de trás tinha uma menininha ansiosa com uma viagem, fazendo milhares de perguntas e falando sem parar. A legenda do vídeo dizia "Quem já pegou estrada com criança sabe o que é rir de nervoso". É verdade! Na hora me lembrei de uma vez que fizemos uma viagem de 500 e poucos quilômetros com a minha filha mais velha e eu pensei: vamos sair super cedo e ela vai dormir o tempo todo. Que nada ela dormiu nos 30 quilômetros finais os outros 470 e tantos ela falou sem parar! Passar por uma pandemia em isolamento social com duas crianças é como pegar a estrada com elas em nível hard. Só rindo de nervoso mesmo! Para começar não se sabe nem quando, nem onde vai chegar. No Brasil não se tem nem ideia de quem está dirigindo o carro (em muitos momentos temos certeza que ele está completamente desgovernado). A ansiedade é geral, das crianças e dos adultos que estão juntos e d

O mundo de Quadradinho

  Hoje temos uma fábula para fazer as crianças dormirem. Ou não. Era uma vez um monstrinho que vivia na terra dos monstros, alguns eram parecidos outros diferentes. Ele, em especial, tinha o formato quadrado e por isso se chamava Quadradinho. Quadradinho cresceu, casou com a Dona Quadradinha, construíram uma casa em formato de cubo e tiveram filhotes quadradinhos. No seu cubo, Quadradinho, colocou espelho por todos os lados, pois se achava o monstrinho mais lindo e mais inteligente. Gostava muito daquele lugar para viver. Guardava alguns afetos fora de seus limites, mas achava que todos deveriam ter uma vida como a sua. Fazia piadas de mau gosto com quem encarava o mundo para além de suas linhas e ângulos retos. Seus afetos externos ao cubo não diziam nada, porque achavam que ele era assim mesmo e não valia a pena gastar saliva. Toleravam suas monstruosidades, pois quando saiam dali esqueciam que ele existia. Conforme os anos foram passando, Quadradinho cada vez saia menos de seu cu