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Mostrando postagens de agosto, 2021

Dinos da Silvas Sauros

  Devo confessar que na década de 90 eu era grande fã da Família Dinossauro. Cheguei a ter um Baby da Silva Sauro de cabeça de borracha e corpo de vulca-espuma, com uma caixa de voz que dizia os clássicos “Não é mamãe!”, “Você precisa me amar!”. Adorava aquele grupo jurássico perfeitamente humanizado. O chefe da família, Dino da Silva Sauro, era cômico, o típico macho cheio de certezas e pouquíssima reflexão. Era cômico justamente por ser um personagem caricato, fictício. O triste é que na vida real esses espécimes existem, mas perdem completamente a graça, ficando evidente só a boçalidade mesmo. Um episódio que jamais esqueci foi “O dia do arremesso”. Resumidamente neste capítulo a Vovó Zilda, a avó dinossaura personagem que sempre me despertou muito carinho por ser homônima a minha avó, atinge 72 anos. Ao chegar a essa idade os dinossauros do seriado eram tradicionalmente jogados no poço de piche, porque já eram lentos, alguns tinham doenças próprias dessa fase da vida, enfim eram

Antes de iniciar uma série certifique-se que ela tenha início, meio e fim

  Para onde olhamos nos deparamos com o caos, com algo absurdo acontecendo. Claro, que nos meios desses muros distópicos há as pequenas alegrias da vida, se não houvesse sufocaríamos. Dizem por aí desligue da Internet. Até é possível desligar, mas ela não desliga de nós, pelo menos não por muito tempo. As notícias não vem ao nosso encontro, ela vem de encontro a nós. Se atiram na nossa cara e geram uma ansiedade imensa, talvez porque fica cada vez mais claro que toda a vida no planeta está interligada, embora esteja cheio de humanos espalhados por aí incapazes de compreender isso. O desmatamento aqui super aquece lá, o super aquecimento de lá sobe as águas daqui, os direitos das mulheres retirados lá, são faíscas para os direitos que querem nos tirar aqui e assim por diante. Posso até me desligar das informações, mas inevitavelmente em algum momento a "onda" baterá em mim e eu prefiro pelo menos estar ciente que ela está vindo e não ser pega alienadamente de surpresa.

Hipocanteirinho

  Essa semana uma amiga me mandou uma reportagem interessante sobre o cérebro pandêmico. Em resumo, a reportagem falava que o stress por períodos curtos pode ser benéfico, como aquela pressão para cumprir um determinado prazo que te joga pra frente e te obriga a responder com rapidez. Contudo, quando somos submetidos a longos períodos de stress, que não tem nem sombra de arrefecer ele deixa de ser benéfico e começa a causar alguns danos ao cérebro (não precisa surtar, são danos reversíveis). Ou seja, não se surpreenda se você estiver com mais dificuldade de concentração, andar mais esquecido ou algo parecido, ao que tudo indica isso também é parte do odioso “novo normal”. Se eu, enquanto leiga, entendi bem, o stress prolongado faz com que liberemos um hormônio chamado cortisol que pode afetar volumes de áreas específicas do cérebro. Uma das áreas afetadas, por exemplo, é o hipocampo que é responsável pela memória. Então, se você anda se identificando com a Dory de “Procurando Nemo”;

Ortunho

  Lá pelos meus nove anos eu brincava muito com uma coleguinha de colégio que morava perto da minha casa. Ela tinha dois cachorros dobermanns e uma poodle gigante. Os dobermanns eram imponentes, não diria bonitos, porque essa raça de cachorro sempre me lembra aqueles marombados burros de academia, o que lhes tira um pouco da beleza, mas sem dúvida chamavam a atenção. A poodle gigante era linda, toda pomposa, com pelo que parecia algodão. Em certa ocasião a poodle entrou no cio, os dobermanns ficavam presos no canil, mas obviamente um belo dia um deles deu um jeito de fugir e no pátio teve um encontro tórrido com a fina poodle que tava mais pomposa do que nunca. Eis que algum tempo depois nasceram não sei se poodermanns ou doodles. Uma ninhada com vários cachorrinhos que não tinham a imponência do pai e nem a beleza da mãe. Para os pais da minha coleguinha isso deve ter sido um problema, porque os bichinhos não eram vendáveis e quase não eram doáveis por serem muito feinhos. Pou