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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Jocasta vai às compras

  A vacina está aí, batendo na porta, mas a pandemia segue e nós por aqui ainda somos um dos dez núcleos familiares brasileiros que estão firmes no distanciamento social. Em março completará um ano que não coloco os pés em um supermercado. Já comentei que costumo fazer nossas compras em pequenos supermercados que tem perto de casa, mas há coisas que eles não tem. Nesses casos apelo para um aplicativo de compras em redes maiores. É como um uber que faz as suas compras. Tenho plena consciência de como esses serviços tendem a explorar quem executa o trabalho, mas com a crise de empregos que o país vive isso acaba sendo uma alternativa para muitas pessoas continuarem vivendo. Obviamente, para que fosse justo teria que haver algum tipo de regulamentação para esses trabalhadores e isso no Brasil atual é utopia. Sendo totalmente individualista e olhando para meu próprio umbigo, o bom desses aplicativos é que você escolhe os produtos no próprio aplicativo com a foto do produto. Então, é

Habemus vacina!

Habemus vacina! Há luz no fim do túnel e tudo indica que não é um trem vindo em nossa direção. Este está descarrilado em Brasília no Planalto e apesar dele ainda temos um pouco de esperança. A aprovação da vacina foi um espetáculo. Os diretores e diretoras da Anvisa, que tinham nossas vidas nas mãos, só faltavam mandar um beijo para minha mãe, para meu pai e para você. Não fiquei sabendo de outros países que fizeram da aprovação um show. Deu até uma vergonhazinha de assistir, mas entre tantos vexames que temos passado esse foi positivo. Vacina aprovada, Mônica a primeira vacinada! Que felicidade Mônica! Há um plano de vacinação. Que não é bem um plano, mas pelo menos os grupos de maior risco e exposição ao vírus, talvez sejam vacinados em breve. Eu por exemplo nem faço parte do plano. Não fui convidada para a festa, mas estou super feliz, porque minha mãe que tem mais de 75 anos vai ser imunizada em uma das primeiras levas e meu marido que é asmático deve receber suas doses lá

A co - autoria da omissão

  Vamos falar de omissão. Por favor, não confundir com o missão, que nada mais é que uma missa muito longa. A omissão a que me refiro é o ato ou efeito de deixar de lado, de desprezar ou esquecer, preterir, omitir. Todos os grandes enroscos com desfechos trágicos têm algo em comum: Eles não acontecem do dia para noite, vão se estabelecendo, muita gente vai vendo, mas finge que não viu. A omissão é co-autora da tragédia anunciada. A omissão de alguns vários nos conduziu à Primeira Guerra. A omissão de socorro tornou a tragédia do Titanic muito maior. A omissão de alguns levou Hitler ao poder. A omissão de muitos culminou com a Segunda Guerra Mundial. A omissão consolidou as ditaduras da América Latina. A omissão parental, anos depois, permitiu que um índio Pataxó fosse queimado vivo. A omissão fez com se desse a tragédia de Mariana. A omissão levou Trump ao poder. A omissão elegeu um facínora como presidente do Brasil. A omissão do governo já matou mais de 200 mil por covid em solo

Meus youtubers

  A minha filha que está prestes a completar nove anos sonha em ser youtuber. Não só ela, mas a geração dela toda quer ter o seu canal. Os amiguinhos todos ou tem, ou vão ter, ou acham que terão. Confesso que posterguei ao máximo a relação dela com o youtube e quando ela teve permissão para usar foi sempre por pouco tempo. Ela adora ver uns canais chatos para caramba que eu tenho certeza que não contribuem em nada para a formação do pensamento crítico, mas vamos lá, deixa a criança sonhar. Qualquer vídeo que venhamos a gravar, até se for uma mensagem rápida para avó ver que ela está bem, ela age como youtuber, se deixar pede que curtam o canal e deem like (no canal que não existe). Quando eu era criança era mais simples. O que todos queriam era entrar na nave da Xuxa que a gente nem sabia para onde ia ou ser paquita. Como eu era gordinha e não era loira, obviamente não seria paquita e a nave, então, super intocável, afinal o Xou da Xuxa era gravado no Rio de Janeiro e

Loading 2021

  Das coisas mais divertidas que se tem para fazer em lugares com outras pessoas é observá-las. Adoro uma aglomeração de gente desconhecida para observar. Melhor ainda se elas estão em grupo. Sou uma observadora confessa. E eu não só as observo, como fico pensando quem são, como são as vidas delas. Às vezes estou em algum lugar e uma cena inusitada me faz prestar atenção em alguém, é um prato cheio para minha imaginação. Crio personagens. Aquelas pessoas nem sabem, mas elas passam naquele exato a momento a ter um perfil psicológico, uma vida profissional, uma relação familiar e um ciclo de amigos que provavelmente em nada tem a ver com a realidade. Mas a pessoa está ali, eu estou ali, lamento, muito melhor que conversar e conhecer a pessoa é criá-la em minha mente. Qualquer um que eu conheça ou não, está apto a ser um personagem. É um exercício de criatividade e as pessoas que desconheço são melhores para isso porque a realidade não desaponta o que criei. As histórias perduram na