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Mostrando postagens de abril, 2023

Exercício de cognição

  Dizem os profissionais da saúde que exercícios são essenciais para a qualidade de vida do vivente. Eu que sou reles mortal de humanas e não to a fim de testar minha letalidade, não discuto. Vou lá a não sei quantos mil anos me exercitar diariamente, provando que o foco não é necessariamente a pressão estética, mas principalmente artérias desentupidas, cabeça desanuviada. Antigamente, na época da aeróbica, da aula de step, dos vídeos da Jane Fonda, diziam que exercício três vezes por semana tava ótimo, mas quanto mais sedentária a humanidade foi ficando, mais exercício foram dizendo que temos que fazer. Deve ser para compensar aqueles que não fazemos mais, tipo levantar pra trocar o canal da televisão, aumentar o som do rádio, lavar roupa a mão. Exercício é importante até pra cognição. Há quem ache bobagem, mas isso é coisa de quem não faz a atividade bem orientada. Um profissional competente, uma academia de qualidade, faz com que exercitemos o cérebro, sim. Às vezes eu to l

O que os olhos não veem, a cabeça inventa

  Meu portão eletrônico trancou enquanto abria. Nenhuma surpresa porque ele deu pra fazer isso já faz alguns meses, mas não a ponto de ser classificado como prioridade. Por isso faz algum tempo que temos um portão semi – automático, ele abre até a metade o restante da abertura precisa ser feita manualmente. Uns dias atrás estava eu chegando em casa, apertei o controle ele abriu até a metade eu desci do carro empurrei o que faltava, entrei no carro dirigi o veículo para dentro do pátio apertei o controle, o portão fechou até a metade, nada de novo, desci do carro para fechar o que faltava e segurei em uma das barrinhas de ferro que compõem o pesado portão, puxei com força e quase acabei estabacada no chão porque a maldita barrinha soltou na parte superior, me anunciando que o conserto vai ser maior do que eu esperava. Como estamos em obra pensei: amanhã peço pro pessoal que tá trabalhando soldar e eu poderei continuar usando meu portão semiautomático (como se essa modalidade de t

No meio do caminho tinha uma costela

  Cresci tendo bichos de estimação, mas devo confessar minha predileção pelos felinos. Atualmente tenho duas gatas Marie e Petit Gateau. Elas são boa gente a maior parte do tempo até implicarem com a ração. Troquei de ração, por motivos de ter uma de tão boa qualidade, mas em promoção e não fiz menu degustação pra elas expressarem sua opinião sobre o assunto. Agora resolveram ficar nojentinhas, a gente serve elas olham, cheiram e se retiram. Minha filha mais velha anuncia: “Manhêeeeeee as gatas não gostaram da ração!” e eu respondo “quando sentirem fome comem.” Meu marido avisa: “Tão deixando a ração no potinho!” e digo “Ninguém tá desnutrido, quando sentirem necessidade real comem”. Eis que domingo passado, domingo de páscoa, estou saindo ali pelo horário do meio dia para buscar minha tia para vir almoçar e me deparo com uma costela assada dentro do meu pátio próximo ao pneu do meu carro. No meio do caminho tinha uma costela, tinha uma costela no meio do caminho, tinha uma cost

Fiquei sem graça

  O que dizer de uma sociedade que gera um ser que é capaz de entrar em uma escola e matar crianças a machadada? Matar a machadada, por si só já é um completo absurdo, matar crianças em escolinha a machadadas é a concretização desse conceito abstrato. Quem dá esses golpes não é uma pessoa, não é um ser humano, é uma sociedade inteira. Falida, corrompida que permite que aconteça. Esse ser adoecido, capaz de dar forma à representação de ilógico é o fruto da colheita do que vem se plantando. Um maluco sozinho não se sente confiante pra investir contra crianças. A certeza de que tem quem se identifique com seus propósitos é um incentivo. O país vem de anos de encorajamento, anos de ensinar a fazer arminha com a mão, anos de culto a violência em suas várias formas. Isso não acaba do dia para noite. Assim como não foi um Lúcifer que plantou essa situação em nossa sociedade e sim um trabalho estrategicamente desenvolvido e construído para chegarmos onde estamos, também não é um ser m