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Mostrando postagens de setembro, 2020

A corrida mais difícil do mundo

  Entre mil programas, séries e filmes que 2020 nos obriga a assistir (obrigada 2020), eu e meu marido assistimos “A Corrida Mais Difícil do Mundo: Eco-Challenge Fiji” no prime vídeos. Consiste basicamente na corrida de aventura mais difícil do planeta. São 600 quilômetros em Fiji que devem ser completados em no máximo 11 dias. Mais de 60 equipes de diversos países, cada uma composta por 4 atletas com obrigatoriamente ao menos uma mulher, competem entre si para completar a prova. O simples fato de terminar o percurso já é por si só grande feito. Alguns trechos são feitos a pé, outros de bicicleta, outros remando e mais um tanto nadando. Nesse meio tempo ainda tem rafting, rapel e escalada. Cansa só de assistir. Depois de ver aquela gente se matando, nos animamos e resolvemos voltar a correr na rua. Eu há muitos anos corro, mas faziam 6 meses, em função da pandemia, que não saia para correr. Não fiquei sedentária nesse meio tempo, comprei até um negócio que transforma uma bicicleta

De SAC para SAC

Esses dias cheguei a conclusão que sou o SAC da família. Todo e qualquer problema que surja, inclusive entre membros da família vem parar em mim. Ela me bateu! O carro tá pingando óleo. Minha luz não tá funcionando. Sabe cadê meu óculos? Não acho meu pijama. A privada entupiu. Acabou o queijo. Papai não faz a gente dormir do mesmo jeito que tu. Definitivamente sou o serviço de atendimento ao cliente. Toda e qualquer reclamação, informação, sugestão passa por mim. Mas isto não é uma reclamação é apenas uma constatação. Até porque se fosse uma reclamação eu teria que fazer pra mim mesma e seria muito complexo. É mais uma observação de como construímos nossas relações e eu sou peça fundamental para me autodenominar o SAC familiar. Em nenhum momento me neguei a exercer o cargo, pelo contrário, em dadas ocasiões assumi funções por que quis. Meu lado controlador (que é beeeemmmmm grande) se beneficia da função que exerço, as coisas sempre acontecem do jeito que eu quero. Mas quando aceitei

Quarentei na quarentena!

  Quarentei na quarentena. Virei quarentona da quarentena. Trocadilhos infames a parte, com total egocentrismo, tenho teorias que essa foi uma peça pregada aos nascidos em 1980. Nós que tanto nos orgulhamos de ser da geração Atari, que fizemos bolhas nos pés de tanto pular em Pogobol, que sonhávamos com Lango Lango, almejávamos ter um Murphy, que somos filhos da anistia, quarentamos em quarentena. Sem festas de arromba, sem aglomeração, sem junção, com um pinguinho de saudade da liberdade que a nossa geração tanto desfrutou. Só pode ser pegadinha do destino (apesar de não acreditar em destino). Mas vamos ao fatos, ao que eu imaginava para os meus 40 anos e a realidade do que tive. Quando criança, lá com meus 5 anos, imaginava que aos 40 anos eu seria uma velhinha, sem dúvida 40 anos era a idade de alguém muito velho. Com o passar do tempo aprendi que velho é quem tem 20 anos mais do que a gente. Tive certeza disso certa vez conversando com minha vó. Ela me disse “Viu que fulano morr

Coisada

  - Oi como você tá? - Tô coisada. Coisada é um estado de espírito. Você não está nem bem, nem mal, está coisada. Com a coisa. Parece, num primeiro momento, algo físico/biológico, mas logo percebemos que vem da cabeça. É como se a coisa (aquela do filme “a coisa”) se formasse no nosso cérebro e através das artérias (mesmo que no contrafluxo) chegasse ao abdômen e lá se instalasse, feito poliuretano expandido, entre o esôfago e o reto. É aquela sensação de acordar, abrir os olhos e pensar: tomara que seja tudo um pesadelo ou que eu tenha acordado bem burra, mas se dar conta que nenhuma das duas coisas aconteceu. Uma vontade de dormir e só acordar quando a coisa for embora. Mas daí você ouve "manhêêê" ou qualquer outro chamado inadiável e lembra que não dá, que vai ter que fazer, pelo menos o mínimo, mesmo coisada. Dá um desânimo imenso com a vida, uma falta de energia sem tamanho. Não é tristeza, não é infelicidade. Tá mais pra cansaço, falta de perspectiva. Um sei lá geral