Votos mati inset

 

Odeio baratas, mas quem gosta? Não tenho pânico, tenho nojo. Elas são sorrateiras. Começa o verão e elas surgem. Dizem que coisas doces as atraem, devo ser a pessoas mais doce do universo (o que honestamente discordo, sou ranzinza e bastante azeda, talvez agridoce), mas baratas me amam. Não foi nenhuma, nem duas vezes que um desses insetos lastimáveis resolveram passear pelo meu corpo.

A primeira vez, eu chegava em casa de noite com meu marido, não tínhamos as meninas, morávamos no quarto andar sem elevador. No primeiro andar, senti uma coisa caminhando em minha perna por baixo da minha calça jeans. Instintivamente soquei a minha perna e ouvi o “creck”. Cheguei no andar do nosso apartamento sem calças e meus gritos movimentaram os andares que percorri até minha porta. Entrando, corri pro banho. Saí do banho e passei muito álcool na perna. Meu marido ficou aliviado de não termos um maçarico em casa, sabe-se lá o que eu faria com a minha perna.

Depois disso já me acordei umas quatro vezes com uma barata caminhando em meu braço. Uma vez achamos que nem estava tão quente e era bom deixar a janela aberta para circular um ar e de repente entra um skate marrom voando e posa na minha cama, na minha frente. Alguém poderia dizer que o problema é a minha casa, mas nem sempre isso aconteceu em casa. Já aconteceu em casa de férias também. Devo aqui ressaltar que sou super limpinha. No verão tomo até mais de um banho, mas cucarachas me amam.

Quando as meninas nasceram tive que aprender a me livrar das bichas sem gritar pra não causar pânico nas crianças ou pior, acordá-las. Dizem que há quem sinta cheiro de barata. Gostaria de sentir, assim estaria mais preparadas para os ataques. Hoje, com a experiência de tantos atentados baratísticos, já desenvolvi melhor minha audição. Ouço baratas vivas. Quando escuto aquele barulho “quxiquxiquxi” de patinhas de exoesqueleto andando, sei que em algum lugar tem barata. Pode estar televisão ligada, música tocando, mas ouço baratas. Pego um chinelo na mão e fico concentrada na minha super audição tentando localizar. Assim que encontro vou de chinelo para cima dela, torcendo para que ela não voe. Só quem já se deparou com uma barata planando entende a expressão “Um barata voa”.

O chato de barata é que elas não acabam. Estão por todo o lugar, só não a s vemos o tempo todo. Esfria voltam pro esgoto. Esquenta ficam se achando donas do mundo e saem dos bueiros. A gente coloca inseticidas elas desaparecem, mas depois de um tempo estão de volta. Às vezes você pensa que elas estão mortas e elas só estão deitadas com as pernas pra cima. São sorrateiras. E isso nem tem metáfora política (Ou tem?). 

 Estou feliz que atravessei dezembro sem ter nenhum encontro, mais próximo com elas. Meu desejo para 2023, esse ano que vem tão esperançoso para os brasileiros, é que as baratas de todos os modelos, tamanhos, não voem e de preferência voltem logo para os esgoto. Esses são meus mais sinceros votos mati inset para o ano novo.

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