Não fui eu
O mercado materno é um espaço que ainda precisa evoluir muito, assim como todos os “mercados”. Há uma exigência enorme em relação às mães e cria-se um ambiente extremamente competitivo, cruel. Há quem faça os trabalhos escolares dos filhos para mostrar seus dotes artísticos, deixando evidente que nem Michelangelo no auge dos seus sete anos era capaz de tamanha destreza. Há quem poste fotos de crianças limpinhas vestidas de branco pintando em um espaço todo organizado. Sem contar aquelas que fazem questão de ressaltar a inteligência superior de seu rebento. É difícil achar pares nesse ambiente hostil e a adversidade acaba dando asas a sentimentos controversos. Vou dizer aqui baixinho para ninguém ouvir, mas a maternidade já me fez vibrar com o “fracasso” alheio, apenas por ele não ser meu e ser de outra pobre mãe. Ri da mãe da Ana quando ela mandou a menina fantasiada pro colégio um dia antes do desfile de fantasia. Fiquei com dó da criança, aquela mãe podia ser eu, mas (ufa!) não