Quem se reconhece?
Em vidas pautadas pela tecnologia e embaladas pelas redes sociais, bailam movimentos estéticos em rota certeira de colisão, que só não colidem, porque no percurso encontram seu alvo, nós, mulheres. Poderíamos atribuir esse antagonismo estético a alguma imprecisão na coleta dos dados, mas é provável que o único dado levado em conta para a entrega de conteúdos seja o “feminino”, reforçando a importância do “prefiro não declarar”. De um lado anúncio de perfis patrocinados de harmonização facial (ou seria demonização facial?), preenchimento labial, lente de contato para os dentes (eles tem problema de visão?), extensão de cílios que fazem sombra para as bochechas, tutoriais de maquiagem que prometem nos deixar com 10 anos a menos. Seria bom ter 10 anos a menos? De outro, vem, menos impulsionado e bem mais orgânico, o movimento para nos aceitarmos como somos. Liberar a pancinha, naturalizar as ruguinhas, desmistificar a idade máxima para uso de mini saia, entender que não há nada mais femin...