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Mostrando postagens de novembro, 2022

Apenas torcendo

  No dia das crianças minha filha ganhou da escolinha uma camiseta do uniforme nas cores verde e amarela. Veja bem, 12 de outubro de 2022, eu honestamente não tinha muita certeza do que aquilo significava e resolvi me apegar a ideia que era para ser usada na copa do mundo e não às vésperas das eleições. A questão é que as coisas tomaram uma dimensão tão doida nesse país, que evitamos as cores nacionais com medo de ser confundidos com destrambelhados que pedem intervenção extraterrestre com sinais de luz na cabeça em pleno centro da capital gaúcha. Por isso guardei a tal camiseta e ela nunca usou. Eu não acho que alguém vai pensar que uma criança de cinco anos tem alguma simpatia por algum candidato, ou qualquer coisa assim, mas tenho medo que me confundam com um desses malucos. Criança dessa idade é um retrato dos pais, veste o que a gente escolhe para eles. Por exemplo, minha filha não usa cropped, nem sapato que tenha algum tipo de saltinho, porque eu não acho adequado para uma

end-of-the-year-fatigue

  E já foi dada a largada para a corrida do final de ano! Tenho a sensação que o ano vai bem até junho, julho. Quando chega agosto as pessoas já começam a comentar: "Oh já passou do meio do ano!" e de repente quando a gente vê, tropeça e cai no meio de novembro. Pronto o ano tá acabando! A vida vira uma gincana. Não há um final de semana vago. Todos são ocupados pelas mais variadas confraternizações, apresentação de colégio, troca de faixa do judô, troca de corda da capoeira, encontro das amigas que estão se prometendo um cafezinho desde agosto, pré natal com a família, pós natal com a família do conjê, formatura do colégio, falar com o Papai Noel no shopping, comprar luzinhas piscas piscas que queimam todos os anos, montar a decoração de natal, aniversário das pessoas que tiveram a audácia de nascer nessa época do ano e sobrecarregar ainda mais o fim de ano. Mal passou a metade de novembro e agenda já está quase que 100% preenchida até 2023 e eu nem sou um ser super so

Deixando de lado preconceitos (e um pouco da dignidade também)

  Agora que já estou desapegando da angústia dos últimos meses e descobrindo que eu tinha medo de palhaço. Não que eu não soubesse que tinha medo, eu só não sabia que era de palhaço com figurino verde e amarelo. Começo a me sentir mais confortável para falar sobre assuntos mais amenos, que embora mais suaves, ainda impactam meu cérebro, meu coração e meu corpo. Estou fazendo dieta acompanhada por uma nutricionista faz uns quatro meses. Na última consulta ela me propôs, considerando que eu faço musculação de segunda a sexta, incorporar à minha dieta whey protein e creatina. Num primeiro momento achei a proposta totalmente descabida, mas resolvi me despir dos meus preconceitos pseudointelectuais e experimentar pra ver o que acontece. Fui pesquisar pra comprar os produtos e minha primeira grande descoberta foi os milhares de sabores de whey protein que existem. Fiquei na dúvida entre o de cookies and cream e o de churros. Acabei optando pelo de churros que tava na promoção, pois o n

O filme da semana

  Acompanhei a apuração com o c* na mão e a certeza no coração. Acompanhei em família, com medo do menor movimento estragar o feng shui ocasional, espontâneo, produzido pela bagunça familiar e, assim, atrasar ou adiantar a virada, que era certa, mas com algum grau de incerteza. Quando Lula virou, respirei aliviada, abri o espumante e pedi a pizza. As crianças, porque são as nossas e são educadas para a política, a civilidade e o mundo, assistiram tudo conosco, percebendo a tensão no ar e a importância do momento histórico que vivenciavam. Quando foi declarada a vitória, não me contive, fui no pátio e gritei. Berros de alívio que buscavam encontram berros vizinhos que me dissessem “Tamo junto companheira!” As pequenas saíram e também gritaram. Foi melhor e mais animado que o reveillon do ano passado. A pizza chegou, meu marido recebeu o motoboy que sorriu para os nossos gritos. Que bom! Ou pensou que fossemos completamente malucos. Mas os vizinhos também gritavam endossando nossa