Antes de iniciar uma série certifique-se que ela tenha início, meio e fim

 

Para onde olhamos nos deparamos com o caos, com algo absurdo acontecendo. Claro, que nos meios desses muros distópicos há as pequenas alegrias da vida, se não houvesse sufocaríamos.

Dizem por aí desligue da Internet. Até é possível desligar, mas ela não desliga de nós, pelo menos não por muito tempo. As notícias não vem ao nosso encontro, ela vem de encontro a nós. Se atiram na nossa cara e geram uma ansiedade imensa, talvez porque fica cada vez mais claro que toda a vida no planeta está interligada, embora esteja cheio de humanos espalhados por aí incapazes de compreender isso.

O desmatamento aqui super aquece lá, o super aquecimento de lá sobe as águas daqui, os direitos das mulheres retirados lá, são faíscas para os direitos que querem nos tirar aqui e assim por diante. Posso até me desligar das informações, mas inevitavelmente em algum momento a "onda" baterá em mim e eu prefiro pelo menos estar ciente que ela está vindo e não ser pega alienadamente de surpresa. Há quem tente negar a interligação humana, mas tá aí o coronavírus para nos provar que estamos conectados e as ações de um implicam em consequências no outro.

E para conter toda essa ansiedade que o momento histórico, o fim da era, do mundo, do sei lá o que, trás, se faz o quê? Dá pra se exercitar, andar ao ar livre distante de seres humanos, ler, ver filmes e séries.

Gosto muito das séries que nos transportam para universos por vezes mais tranquilos. Por isso gasto uma grana entre Netflix, Prime e Disney (a salvação das crianças na pandemia). Esses dias resolvi ver uma série no Netflix bem novelinha, parcialmente alienante, chiclete de olho como diria meu pai. Grudei, amei, viciei, comecei a perder minhas madrugadas nela. Ia dormir mais leve, sem notícias atormentando minha cabeça, apenas historinhas da série. Gostei disso!

Eis que cheguei ao final da terceira temporada (a última disponível) e a Netflix que deveria me trazer distração, prazer alienante, me gerou um novo problema. A dita série acaba cheia de pontas. A mocinha grávida e não se sabe quem é o pai, uma criança prestes a ser sequestrada, um personagem importante dopado em uma floresta, outra está entre a vida e a morte, outro está sendo preso e se diz inocente. Não se preocupe, isso não é spoiler porque não há respostas para nenhum desses acontecimentos. Fui procurar quando seria a estreia da quarta temporada e descobri que ainda não havia nem sequer sido confirmada!

Como assim Netflix????? Te pago para escapar dos problemas e não para ter mais um. Também descobri que a famigerada série é baseada em um romance com, nada mais, nada menos que dezenove volumes!!! Agora me debato comigo mesma, leio ou não leio os livros? Eles não estavam em minha lista de leituras (até porque a história é de fato bobinha, abobrinha) e a minha lista já está enorme, mas por outro lado, entre tantos problemas que não consigo resolver esse que me foi gerado há chance de eu solucionar ainda que a longo prazo. Longo prazo? Para uma abobrinha? Hellooo!!! Essa é sociedade do imediatismo!

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