Perto do Fogo

 

Esses dias eu vinha no carro ouvindo música, quando toca "Perto do Fogo" do Cazuza, mas a versão da Rita Lee e do Roberto de Carvalho no disco Bossa N'Roll de 1991. Acho que eu não ouvia essa música desde antes da pandemia.

Lá pelas tantas Rita declama e questiona como será 2020 e eu, mentalmente, fui respondendo:

No ano de 2020 como será que vai estar o Brasil?” Ihhhhhhhhhh nem pergunta, chegamos em 2021 e só piora.

Será que vai ter floresta? Pelo menos uma?” Olha, estão tentando queimar tudo e passar a boiada.

Será que vai ter um índio, dois? Uma tribozinha? Será que vão sobreviver?” Nossa, Meninaaaaa, quanta clarividência! Há uma tentativa de extermínio.

Será que a gente aguenta?” Aguentaaa, aliás bem mais do que imaginamos e deveríamos.

De repente os trombadinhas crescem e viram políticos.” Vamos respeitar os trombadinhas, o caso é bem mais grave!

Brasil tão bonito né? Grande! País doido esse.....vai ser tudo igual…” Sim, tudo igual para pior. O contexto está tão louco que até o Collor, às vezes, pode ser classificado como sensato.

E seguiu a música:


Quando tudo explodir

Mas não vai explodir nada

Vão ficar os homens se olhando

Dizendo: ‘O momento está chegando. ’ “


Pensei: Cazuza, seu danado, além de tudo você previa o futuro!

E sim eu queria estar:


Perto do fogo

Eu quero tá perto do fogo

No umbigo de um furacão

E no peito, um gavião

No coração da cidade

Descendendo a liberdade

Eu quero ser uma flor

Nos teus cabelos de fogo

Quero estar no poder

Eu quero estar perto do fogo

Perto do fogo

Como faziam os hippies

Perto do fogo

Como na Idade Média

Eu quero queimar minha erva”


Eu quero estar perto do fogo, mas não do fogo dos fascistas que já matou mais de 250 mil, que queima conhecimento, que destrói a floresta, que extingue povos originários e monta uma câmara de gás ao ar livre. Desse eu queria estar longe, sendo livre.

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