A cidade de palha
Falemos sobre Prático, Heitor e Cícero, sim os três porquinhos. Se bem me
lembro quando mamãe porca cansou de sustentar os pequenos suínos abusados,
Cícero o mais preguiçoso do trio de leitões, decidiu construir uma casinha de
palha, negando os perigos da floresta. Heitor, um pouco mais consciente, mas
nem tanto, construiu uma casinha de madeira, enquanto Prático fazendo jus ao
seu nome decidiu não ter problemas futuros e construiu uma casinha de tijolos,
um empreendimento sólido. Então o lobo mau que vivia na floresta sendo único e
exclusivo meliante de toda a redondeza, que sorte tinham os habitantes da mata,
viu as edificações novinhas e cobiçou, não as propriedades em si, mas as
carninhas tenras que as habitavam.
Sorrateiro chegou na casa de Cícero anúncio o crime, deu meio assopro e a
mal enjambrada edificação foi pros ares, voou como palha literalmente, o pobre
porquinho gritou, gritou, correu, correu e se escondeu na casinha de Heitor,
tenho quase certeza que ele não foi direto para a de Prático com medo de ouvir
“Eu avisei!”, mas enfim se escondeu lá. O meliante da floresta o perseguiu,
anunciou o segundo crime da série, deu um assopro e meio e a casa de madeira
foi pros ares também. Os dois suínos indolentes em pânico, foram se abrigar na
casa do irmão precavido, organizado. O lobo até os seguiu e anunciou o terceiro
crime, mas assoprou, assoprou e a casinha não voou, depois de tentar invadir a
propriedade pela chaminé e ser sapecado na lareira desistiu dos porquinhos. Há
quem diga que avistou chapéuzinho vermelho e foi para outras bandas.
Porto Alegre trata a crise climática como o conto dos três porquinhos,
tal qual Cícero encarava a vida. Nega que exista o perigo, quando ele chega
perto grita, grita e basta dar um meio assopro de vento que todos os cabos de
energia elétrica vão pelos ares tal qual palha, deixando a população na mão.
Quando a coisa fica séria correm histéricos tentando fugir do perigo, o perigo
passa, logo é esquecido, os estragos começam a receber remendos “palhativos”. Domingo
acontecem as eleições municipais e ao que tudo indica iremos seguir
reconstruindo tudo com palha, com chapéu de palha.
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