A beleza da crise climática
Sete da manhã, sol querendo raiar pra surpresa da chuva cotidiana. Eu e minha filha esperamos a van escolar. Depois do nosso ritual matinal de fazer tudo correndo, nos postamos na calçada com folga no relógio e ouvimos a cidade amanhecer. Contamos com a companhia das caturritas que conversam loucamente e parecem bem mais acordadas do que nós, aquele dia parecia normal até sermos todas surpreendidas pelo voo de um forasteiro. Um pássaro diferente, imponente, de asas e rabo grande. Um estranho na nossa rua e nas nossas árvores, ele voava dando rasante, se exibindo. Talvez, fosse um refugiado climático. Não seria o primeiro, esses dias vi um gavião agindo com naturalidade na pracinha, quase avisei as donas de pinscher e shitzu, mas achei que não mereciam, dada essa moda de andar com cachorro sem coleira, um sequestro de gavião poderia ser educativo. Mas voltemos ao outro estrangeiro no nosso espaço, que eu só sei que era um pássaro, não sei nome científico, nem apelido. Independen...