Fica bem 2023

Sigo por aqui com as minhas dicas e propostas valiosas (ou não) para essa época de fim do ano com toque sútil de fim do mundo. Venho ao longo do tempo desenvolvendo a teoria que não dá pra dizer “Put@ que ano de merd@!”. Primeiro porque tem crianças na sala e depois elas saem repetindo essas coisas, segundo porque o destino, as forças energéticas do universo e tudo aquilo que eu não acredito (no creo en brujas, pero que las hay, las hay) ouvem a gente e provam que o ano seguinte pode ser muito pior. Essa coisa fofa, maluquinha e imprevisível que somos tão apegados, chamada vida, sempre pode nos surpreender, nos pregar uma pecinha marota pra ver se estamos ligados e quanto tempo demoramos pra reagir ao caos.

Fazia um bom tempo que a cada final de ano eu pensava que o ano seguinte não podia ser mais “desafiador”, como diria um amigo meu que defende que difícil é algo intransponível e desafiador é algo que te desafia, mas dá pra superar. Então, vinha a vida e sua imensa caixinha de surpresas me mostrar que dava sim, pra deixar a coisa um tanto mais complicada. Chegou um momento em que eu comecei a questionar se não habitamos um grande vídeo game e a próxima fase é sempre mais cabulosa?

Depois de viver um segundo semestre como aquela pessoa que embola na onda do mar e quando sobe para respirar vem outra onda e assim sucessivamente, até que com suas últimas forças ela sai correndo da água em busca da areia da praia fingindo naturalidade toda descabelada, desengonçada, nem um pouco preocupada com o biquíni que a parte de cima já descentralizou dos peitos e a parte de baixo virou um coador, cheio de água, areia, que pesa e revela meia bunda desnuda. Chego à conclusão que devo mudar meu approach com o destino, as forças  energéticas do universos e as brujas, ainda que para isso eu faça uso de um tanto de positividade tóxica.

2023 foi um ano muito bom pra mim e minha família! Conseguimos chegar até aqui todos vivos, tivemos receita médica e dinheiro para pagar os remédios controlados, ainda que tenhamos que ter feito empréstimos para isso, alguém muito sábio (talvez, nem tanto) uma vez me disse que só tem crédito quem deve (ele hoje tá falido, mas esse é outro assunto).  Não, eu não mudei minha essência, almejo passar o ano novo sem calcinha e sem sutiã, se tiver oportunidade piso nas ondinhas, não vou me preocupar obsessivamente com um cardápio que em teoria me trará coisas boas, talvez tome um banho de sal grosso, mas o que não farei mesmo é falar mal de 2023. Vai que 2024 ouve e se ofende? Resolve mostrar que também pode? 

Fica bem 2023, vai em paz, seu lindo, você revelou o meu maior mérito que foi não enlouquecer frente a um leque de oportunidades! Já diria a Dr. Rosangela, uma das minhas personagens favoritas da internet, irônica e sarcástica, interpretada pelo Indio Behn: 2023 gratidão, gratiluz, gratitudo!


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