Rainha Pop

Como relembrar é viver, hoje vamos de crônica que foi escrita quando a Rainha Elizabeth morreu, já andou por aqui, mas saiu e foi revisitada para concorrer a prêmios e foi terceira colocada no 19º Concurso Literário Mário Quintana!

Rainha Pop

Então, a Rainha Elizabeth morreu. Já faz tempo, mas estava esperando a distinta senhora descansar em paz com a certeza que não teríamos nenhuma reviravolta, para escrever sobre isto. Não me entenda mal, não acredito que pessoas ressuscitem, mas sei lá, desconheço um mundo sem o imperialismo da monarca. Desconheço o mundo sem a rainha Elizabeth sendo “a rainha”. Para além dos conceitos de bom ou mau não podemos negar que ela era pop. Foi retratada até na animação dos Minions. Quando pensamos em rainha é inevitável vir à mente a imagem da senhora, que já era senhorinha quando eu nasci.

Eu ainda tenho teorias que depois que os médicos tiraram o Martíni dela, a maionese desandou. Ela vinha calibrada no álcool há décadas, foi tirar o drinque da anciã que a morte não tardou a chamá-la.

Foram mais de dez dias entre sua morte e seu sepultamento. Um monte de cerimônias e homenagens transmitidas à exaustão. Minhas filhas acompanharam os eventos fúnebres pela televisão e também pelo instagram da avó. Chegavam do lado da vó e pediam pra ver vídeo da rainha. Achei supernormal a curiosidade sobre a família real britânica, afinal era o assunto do momento.

Eis que no dia do enterro da monarca minha filha mais moça teve uma resolução de vida, uma resolução meio estranha, mas uma resolução: “Mamãe, quero que o tema do meu próximo aniversário seja Rainha da Inglaterra”, disse a pequena. Me perguntei porque cargas d’água eu reclamei tanto delas quererem sempre aniversários do Frozen.

Pensa num bolo com a senhorinha de tailleur e do lado uma vela indicando os 6 anos que minha filha fará? Será que ela vai querer se fantasiar de Rainha Elizabeth? Porque criança tem dessas de querer usar a roupa do personagem tema da festa. E eu? Provavelmente eu não pertenceria a família real, nem assim de mentirinha. Seria uma serviçal, afinal alguém tem que fazer a festa acontecer e não tenho condições de pagar ninguém. Acho que eu seria aquela que se embriaga de Martíni real escondida na cozinha. Será que minha pequena vai querer dar aquele abaninho típico da realeza nas fotos com os convidados? Não posso negar que a paleta de cores da temática “Rainha da Inglaterra” deve ser boa pra fazer decoração. Também me ocorreu que de lembrancinha poderia dar para as crianças pequenos vidros de colônia.

Por sorte, ainda falta tempo para o aniversário dela. Até lá, tenho a esperança que o imperialismo americano e a Disney me salvem, com algum grande lançamento ou alguma grande releitura. Não faz muito foi lançado o live action da Pequena Sereia, então eu tenho chances de, com sorte e marketing, resolver esse problema com a ideia apenas caindo no esquecimento e não precisando de movimento ativo da minha parte para dissipá-la.