Eu ganhei!

 

A vida é uma coisa louca, se com uma mão ela te esbofeteia, com a outra ela te afaga pra manter esse relacionamento tóxico, complexo e nada dual. Em meio a furacões familiares ganhei meu primeiro prêmio em concurso literário. Fui terceira colocada na 19ª edição do Concurso Literário Mário Quintana na categoria crônica promovido pelo Sintrajufe/RS.

Adoro terceiros lugares! Prefiro os terceiros do que os segundos, porque os segundos quase foram os primeiros, mas por um tantinho de nada não chegaram lá, enquanto os terceiros quase não entraram no pódio, mas por um tantinho de nada chegaram lá. A crônica que me levou à premiação e me deu até um troféu coisa mais linda, falava sobre a morte da Rainha Elizabeth, manguaça e maternidade, porque obviamente são todos assuntos que se conectam uns aos outros, dentro de um fluxo mental muito próprio que às vezes parece uma free way de pensamentos.

Não convidei muita gente pra ir na cerimônia de premiação, afinal eu sabia que era finalista, mas não sabia se tinha subido ao pódio de fato. De qualquer jeito eu não podia deixar de fora minha mãe e minhas filhas desse momento histórico, além de alguns amigos queridos que me incentivam muito e ficariam felizes mesmo que eu não ganhasse nada.

Fui para o local da premiação acompanhada pela minha querida genitora e minhas amadas herdeiras. Avisei pra elas que eu não sabia se tinha ganhado alguma coisa, pra não iludir ninguém, e que no final tinha coquetel pra incentivar a presença sem muitas caras feias. Eu tinha na minha cabeça que a cerimônia era às 20h. Chegamos umas 19h45. Quando abriu a porta do elevador, ao lado do auditório em que ocorreria a cerimônia de apresentação e estava com as portas fechadas, ouço: “e em terceiro lugar na categoria crônica: Malvina de Castro Rosa”. Por um milésimo de segundo pensei, essa porra era às 19h! Saí abrindo a porta e fazendo a minha entrada triunfal, afinal não deixaria de subir no palco e me agarrar naquele meu primeiro troféu, mesmo que para isso deixasse minhas entes queridas um pouco para trás.

Entrei com passos firmes como uma vencedora deve fazer, tentando matar a impostora que vive em mim. Não escutei as palmas que esperava, mas tudo bem. Olhei para o auditório e o local estava vazio. No palco havia apenas os dois apresentadores da premiação passando o texto. Quando eu abri a porta com toda aquela certeza, algumas pessoas que estavam por ali foram entrando atrás de mim, e a apresentadora disse: “Oh já tem gente entrando. Vamos continuar passando o texto sem dizer o nome dos vencedores!”

E foi assim que eu descobri que tinha sido premiada com a terceira melhor crônica do concurso. Quando chamaram meu nome na hora da premiação em si, antes que me convidassem para subir ao palco, eu já tava me levantando e indo com aqueles passos firmes que havia ensaiado antes, mais uma vez silenciando a impostora que vive dentro de mim, pegar aquele troféu pra chamar de meu.

Agora que já sei que fui premiada, fico mais confortável para convidar a todos para irem a sessão de autógrafos do livro “Mal rompe a manhã” que reunirá os textos premiados na 19ª edição do Concurso Literário Mário Quintana, além de textos resultantes das oficinas de escrita criativa e de poesia do Sintrajufe/RS dia 11.11.2023 às 18h na 69ª Feira do Livro de Porto Alegre. Venham, será um prazer recebê-los!

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