Professora super poderosa

 

Já comentei algumas vezes por aqui que acho a profissão de professora uma coisa encantadora. Em especial das que lidam com bandos de crianças e adolescentes. Coisa que tenho minhas dúvidas se eu seria capaz de fazer. Acho fascinante o jogo de cintura que ela adquirem. Acho que nem é que adquiram, é dom mesmo e com o passar dos anos na profissão vai aflorando, aflorando.

Esses dias, por motivos profissionais, participei de um evento organizado por professoras, um festival de corais infanto juvenis. Várias, muitas, incontáveis crianças e adolescentes estavam presentes. E quem já teve essa idade sabe que sair em grupo dá uma coisa na gente que faz rir alto, gritar, se mexer sem parar. Os corais tinham lugares marcados para sentar, obviamente ninguém tava respeitando e foi sentando cada um num lugar, ficando perto da bff e a organização das cadeiras que se danasse. Resultado: muitos não tinham onde sentar, porque não queriam ficar longe dos amigos, ou simplesmente porque eram os bocas-abertas do grupo. As apresentações precisavam começar e a bagunça acabar.

Eis que surge a professora organizadora do evento. Uma senhora baixinha, rechonchuda trajando um macacão pantcourt preto de malha o que lhe deixava um pouco mais baixa, pega o microfone e pede atenção. Em seguida ela solicita que quem tem uma cadeira vazia ao seu lado levante a mão e mantenha a mão levantada. Todo mundo obedeceu e as lindas moscas tontas que estavam de pé começaram a ser nomeados no microfone: Valentina! Procura um braço levantado e senta do lado. Enzo! Acha um braço levantado e senta. Júlia! Localiza um braço levantado e te senta. Em poucos minutos aquela senhora com autoridade única fez todo mundo sentar. Problema de lugares resolvido com a criatividade que só uma professora tem.

O desafio não acabava aí, era preciso fazer aquele bando de gente ficar quieto. Ela pediu silêncio, um povo silenciou, mas ainda tinham burburinhos, prontamente a pequena gigante de macacão pantcourt muniu-se de seu microfone e começou a nomear quem continuava falando: Vamos ficar quieta, Kelly! Jefferson fecha a boquinha, por favor! E assim constrangendo um a um deu-se o silêncio e o evento finalmente pode começar. Entre as apresentações às vezes rolava um se mexer, um blábláblá, mas ela ia lá naquele microfone da humilhação e acabava com a falta de respeito aos artistas em dois toques.

Ela não me conhecia, mas fiquei sentada bem quietinha vai que ela descobre meu nome e chama minha atenção em alto e bom som!

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