Daí dificulta pra mim

 

É impressionante como passa julho e parece que a gente cai no meio das bolinhas de natal. Não sei o que acontece é uma batida rápida de tempo e contra tempos, que nos fazem acelerar, acelerar e só mirar o recesso de fim de ano.

Venho eu dirigindo meu carro nesse fluxo intenso de pensamentos, ouvindo um podcast para tentar entender a entropia do tempo e as barbáries do universo, aquelas que tenho concluído cada vez mais que só sei que nada sei, mas que ver criancinha morrendo é muito desesperador. Venho refletindo sobre como as pessoas odeiam por odiar, mas geralmente tendo algum capital envolvido nesse meio seja ele financeiro, social, territorial, político e acaba que quem odeia nem sabe direito porque odeia, tal qual uma marionete que não sabe porque caminha. Nesse intenso movimento de consciência vejo que eu também odeio, talvez o melhor fosse só desgostar e não odiar, porque odiar é tão forte.

Pensamento vai, pensamento vem, ouço notícias, dirijo com um bom nível de atenção, chego no centro da cidade com minha caminhonete de familião que é espaçosa, que se impõe no meio dos carros pequenos, e sejamos honestos gosto disso, me dá certa segurança. Sou toda certinha no trânsito dou pisca, não corro, paro no amarelo, tudo de forma muito natural. Até que de repente o trânsito para e eu estou em cima da faixa de segurança no meio do centro da cidade, sendo aquela pessoa que eu odiaria caso fosse pedestre naquele momento. Sendo aquela pessoa que se eu estivesse no carro de trás estaria dizendo: Que animal! Pra que parar na faixa de pedestre!

Meu constrangimento não pode ser visto por causa do insulfilme, resolvo agir com naturalidade. Olho só pra frente, não olho pros pedestres. Ignorar é a melhor prática para situação não existir, alguém com quem eu não concordo diria, mas naquela hora me utilizo da técnica, afinal ela é eficiente, não posso negar. Odeio aquela pessoa que eu represento naquele momento. O trânsito demora para andar e eu tenho que ficar ali com aquela cara de paisagem para mim mesma, torcendo para nenhum pedestre mais revoltado caminhar por cima do capô do meu carro grande, imponente parado em cima da faixa dos minúsculos pedestres. Eu poderia dizer que me odeio, mas estou tentando ser mais good vibes comigo e com os outros, então eu me desgosto muito, afinal no fundo eu me conheço para saber que não desejo mal ao próximo, só às vezes acho que o próximo faz e fala muita merd@. O fod@ é quando o próximo fala e faz merd@ com orgulho, daí dificulta pra mim e pra minha vertente paz e amor.

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