Revolução dos Pets

 

Acho que em breve veremos uma revolução dos bichos. Sinto o cheiro no ar. Não, não que nem a do livro. Seria algo mais para revolução dos animais domésticos ou dos pets. Segundo as informações que consegui apurar, essas que correm a boca pequena, a principal revindicação deles será pelo fim das férias escolares de mais de dois meses, enquanto os pais das crianças tem quando muito um mês para realmente dar a atenção que seus pimpolhos merecem.

O primeiro animalzinho que vi, exausto de tanto amor, pronto para começar a revolução foi um porquinho da índia de uma amiga. Ela postou um vídeo fofo do bichinho sendo abraçado com muito carinho por seu filho de um ano e meio. Cada vez que o porquinho pensava que ia dar pra fugir do abraço era arrebatado pelas mãozinhas gordinhas e mais uma vez abraçado, cheirado e beijado.

A ficha dois no grupo de animais de estimação que não aguentam mais as férias é da minha gata. Ela tem quatorze anos, está perdendo quilos e quilos de pelos devido ao stress da reforma da nossa casa e ainda por cima as crianças estão de férias, prontas para amá-la durante todo dia. Às vezes acho que ela vai olhar pra mim e dizer: vai lá, pega esse dinheiro emprestado (imagino que ela tenha algo guardado), viaja com elas, eu me viro com a minha ração.

Esses dias eu me arrumava para sair e quando olhei para o corredor havia um rastro de água vindo da piscina, passava por dentro da nossa sala em obras, se estendia pelo corredor, chegava na minha cama, deixava uma poça no meu lugar, seguia até a janela e de lá ia pra rua. Olhei para minha filha mais moça e ela estava seca. Então, questionei se ela tinha colocado os pés na água. Ela fez que não com a cabeça. Perguntei o que tinha acontecido e ela não falava. Usei aquela velha tática materna: Meu amor, conta pra mamãe o que aconteceu, se não mamãe não pode te ajudar. Ela finalmente desembuchou: A Marie caiu na piscina.

Como assim a gata caiu na piscina? Tudo bem que ela é velhinha, mas não tá tão sem noção assim. Fui procurar a gata e a encontrei encharcada, só não tinha molhado a cabeça. Sequei ela com uma toalha, por sorte fazia uns quarenta graus e ela anda com pouco pelo devido ao stress da obra (e agora já acho que também das férias escolares). Voltei para conversar com a pequena pessoa que era testemunha ocular do caso.

- Minha filha o que aconteceu?

- Mamãe é que eu amo muito a Marie, daí fui dar colo pra ela e passear pelo pátio, mas a Oprah (nossa labradora) veio, me deixou nervosa e daí caiu.

Creio eu que a cachorra chegou perto, a gata se debateu e ela no susto deixou a gata cair dentro da piscina. Marie ficou que nem a gata resgatada pelos bombeiros por engano: ultrajada, traumatizada, horrorizada.

O problema é que ela é uma gata doméstica que anda pela vizinhança, tenho visto ela com frequência tomando sol no jardim da vizinha do lado. Não sei não, talvez ela esteja ali fazendo reuniões com outros pets da redondeza tentando organizar uma luta contra o amor tóxico infantil por animais domésticos. Quem sabe até tem mantido contato com o porquinho da índia da minha amiga.

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