Avante 2022!

 

Chegamos ao último dia de 2021, é um misto de “porra!!!!chegueiatéaqui!” com “putaquepariuoquevemdepois?”. 2021 fez parte do combo 2020/2021. Meu maior medo é que 2022 ainda seja parte desse condensado de anos. Já pensou chegar lá em fevereiro e suspenderem as aulas de novo? Cogito isso e minha mão sua frio, meu coração dispara, quase preciso do saquinho de papelão para respirar dentro.

O ano que fica pra trás hoje, começou cheio de esperança. Era um tal de vamos ter vacina pra lá, vamos sair dessa pandemia pra cá, mas no meio do caminho tinha várias pedras, muitas delas em cargos públicos. Embora as pedras públicas tenham tentado a todo custo impedir, a vacina chegou, mas com uma insegurança enorme. Tomava-se a primeira dose sem saber se teria a segunda e quando tomamos a segunda descobrimos que teria uma terceira. Eu pessoalmente se me disserem para tomar 10, 20 doses tomarei todas como se fossem a primeira. A dificuldade tem dessas, nos faz valorizar loucamente quando conseguimos atingir nosso objeto de desejo.

Com a vacina sendo aplicada tivemos que ouvir as maiores ignorâncias do universo que quase dava vontade de pular da borda da terra plana, caso ela fosse. Chegamos ao último dia do ano sem ter começado a vacinação das crianças e ouvindo mais um monte de impropérios por parte dos anticiência oficiais. Até solicitar uma autorização dos pais para as crianças serem vacinadas foi aventado com intuito de atrapalhar o processo. Imagino eu que a autorização fosse para evitar que crianças alteradas entrassem desacompanhadas em postos de saúde e obrigassem as equipes do SUS a lhes aplicar a vacina.

Se para nós, adultos, essa espera por uma vacina e por uma vida mais ou menos normal tem parecido eterna, imagina para as crianças? Uma criança que hoje tem 10 anos, como a minha filha mais velha, quando a pandemia começou ela tinha 8 anos, isso significa que 20% da vida dela foi esperando pela bendita vacina. Já a minha filha mais moça que tem 4 anos, provavelmente nem sabe que há vida sem pandemia.

De uns tempos para cá minha filha, a que lembra da vida pré pandêmica, começou a assistir ao jornal todos os dias com a avó dela. Achei curioso e perguntei para ela porque estava sentando com a vovó para assistir às notícias. A resposta veio curta e direta: “Ué? para saber quando essa porcaria de governo vai deixar eu me vacinar!” Achei bonitinho! Até deu orgulho! Isso que chama esperança, já sem saco, mas com esperança, aquele sentimento doido que por mais que nos desaponte não deixamos de sentir e bem ou mal nos joga pra frente. Nos joga para 2022. Com a mesma expectativa que ela, também sem paciência, deixo esse ano para trás. Avante 2022!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fica bem 2023

A pontezinha do Sakae's

Rituais de final de ano