Já diria Tom Zé "Tô te explicando pra te confundir, tô te confundindo pra te esclarecer"

 

Entre as mais variadas atividades que desenvolvo e me proponho, eu leciono inglês. Comecei por acaso com uma oportunidade e isso já faz mais de dois anos e meio. Uma dúvida comum a todo mundo que começa a aprender inglês do zero é a diferença entre: live (um verbo que significa viver/morar e se pronuncia bem como se escreve), live (que significa ao vivo e se pronuncia laivi), life (que significa vida e a pronúncia é laifi) e alive (que é vivo e a pronúncia é alaivi). Por mais que eu explique isso, num primeiro momento demora pro aluno assimilar, sendo difícil ver a palavra e conseguir distinguir a pronúncia e o significado dentro do contexto de primeira.

Essa semana o Mark Zuckerberg, quando tropeçou nos fios lá no Vale do Silício, nos deu uma demonstração prática dessas diferenças. Ele deixou claro que a gente não se sente muito alive, quando não está em uma constante live, independente da onde a gente live, ainda que a nossa life seja teoricamente bem mais que isso. Por compreender o narcisismo presente em todas as lifes humanas, o cara que queria ter uma life mais alive, se tornou detentor de boa parte de nossas lifes.

Eu que live nesse mundão doido, fiquei bem chateada quando o cara desse império todo de nossas lifes enroscou o pé e deu um puxão nos fios. Andava sentindo minha life meio fora do mundo por não ter tido uma live durante a pandemia. Minha porção narcisista tava meio pra baixo, mas quem tem uma amiga de uma life toda é muito mais alive. Minha amiga de infância Luciana Fossi, uma baita psicóloga que hoje em dia live em Dois Irmãos, mas que atende onlinemente quem live em qualquer lugar e incentiva minha life como escritora, me convidou para participar de uma live no perfil profissional dela no instagram.

Nós estávamos a uma semana enchendo a life das pessoas com o anúncio da nossa live, faltava um dia para nosso momento pop star, quando o Mark Zuckerberg se enroscou com os fios. Num primeiro momento nem me dei conta, no final da tarde o caos já estava instalado nas lifes das pessoas onde quer que elas live. Nos dias de hoje um apagão em uma rede social (o que dirá em três) por mais de seis horas é praticamente o fim da life. Eu já tinha dúvidas se o dono de nossas digital lifes seria capaz de conectar o fio certo e nos deixar digital alive de novo. Demorou, mas o cara acertou os cabos e voltou tudo antes da nossa live. Que alívio!

Mark Zuckerberg quase não estava mais alive, perdeu um montão de dinheiro e ainda assim continua tendo uma das melhores lifes financeiras do mundo. E nós, escravos iludidos do sistema, respiramos aliviados e novamente nos sentimos alive, com nossas lifes em uma eterna live onde quer que a gente live.

Importante destacar: a nossa live foi ótima, me senti alive e estou facinha para outras que venham, gosto da life movimentada e de me conectar com quem live em qualquer lugar.

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