Idade Média 2.0

 

Pode parecer estranho, mas tenho desenvolvido empatia com o pessoal que viveu na Idade Média. Obviamente não com os que acendiam a fogueira, tenho uma maior ligação com os que eram queimados ou mesmo assistiram a tudo tentando se manter vivo e com esperança que as coisas melhorariam, quase que espontaneamente.

Imagino eles lá na Idade Antiga tudo nu se querendo, papiro pra cá, azeite no corpo pra lá e quando viram: pá! Tava lá a Idade Média toda pudica. Deviam pensar que a coisa ia melhorar e só piorava.

O mundo evoluindo, a ciência cheia de descobertas e uns malucos defendendo que a terra era plana, chamando de herege quem pensava diferente(o nosso atual não tem deus no coração), achando que quem morria de apendicite era porque uma entidade superior queria.

Certo que durante a peste negra, tinha gente que desviava dos cadáveres e bradava: É vida que segue! A gente tem que dar a vida pelo bem da feira medieval. É só fazer o tratamento precoce com chá de hera-do-não-se-o-que, ungir com água-benta que a pessoa não desenvolve a doença. A feira não pode parar!

E a arte? Aquela coisa bem quadradinha, nada que fosse muito diferente era bem aceito. Tudo tinha que ter Deus e Igreja no meio. Gente pelada, então? Coisa do diabo. Tinham até os cantos gregorianos, uma espécie gospel rococó.

Claro que a Idade Média teve várias fases, diversos lugares e nem tudo foi igual o tempo todo, mas minha educação tupiniquim eurocentrada me dá essa impressão.

Sei lá tem rolado uma identificação. A ciência evoluindo e uns preferindo tratar a peste com remédio sem eficácia ao invés de tomar vacina que poderia com o tempo erradicar a doença. A diferença agora é que os ratos são humanos e falam. Pensando assim, se a peste fosse transmitida pelo piolho dos atuais “ratos humanos” um dos remédios que eles tanto defendem já tinha resolvido o problema.

Outra coincidência é que agora temos uma fogueira digital e pessoas são queimadas nela todo dia, toda hora. Também tem fechamento de exposição de arte que trata sobre sexualidade e suas mil diversidades. E na música? Melhor nem falar sobre o gospel nacional.

Não canso de me perguntar quando chega o Renascimento. Na torcida para que a Idade Média 2.0, instaurada via wi fi, consiga ser dissipada da mesma forma e com velocidade recorde. Tomara que não demore mil anos!

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