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Mostrando postagens de novembro, 2024

Migraña

Desde que eu me lembro da minha existência convivo com enxaqueca. Minha cabeça dói. Não o tempo todo, não sempre, às vezes mais, às vezes menos, mas com incômoda frequência. Já fiz tratamento contínuo, já desfiz e a vida segue. No último semestre cheguei à conclusão que os problemas nacionais e mundiais já são grandes o suficiente para ter que enfrentá-los de óculos escuros, vomitando e se arrastando pela casa e resolvi voltar a fazer um tratamento sério para isso. Marquei uma hora com uma médica especialista em cefaleia, expliquei para ela meus males e ela me passou uma medicação de uso contínuo, mais uma medicação para crises, me orientou a jamais usar analgésicos comuns, porque dá um efeito rebote que torna a dor pior e por fim me deu uma dieta odiosa mega restritiva, mas como a coisa estava realmente difícil, topei. No meio dessa nova vida que vinha trazendo resultados me surgiu uma viagem de trabalho para Buenos Aires. Organizei minhas coisas, guardei meu remédio de uso contín...

Não fui eu

  O mercado materno é um espaço que ainda precisa evoluir muito, assim como todos os “mercados”. Há uma exigência enorme em relação às mães e cria-se um ambiente extremamente competitivo, cruel. Há quem faça os trabalhos escolares dos filhos para mostrar seus dotes artísticos, deixando evidente que nem Michelangelo no auge dos seus sete anos era capaz de tamanha destreza. Há quem poste fotos de crianças limpinhas vestidas de branco pintando em um espaço todo organizado. Sem contar aquelas que fazem questão de ressaltar a inteligência superior de seu rebento. É difícil achar pares nesse ambiente hostil e a adversidade acaba dando asas a sentimentos controversos. Vou dizer aqui baixinho para ninguém ouvir, mas a maternidade já me fez vibrar com o “fracasso” alheio, apenas por ele não ser meu e ser de outra pobre mãe. Ri da mãe da Ana quando ela mandou a menina fantasiada pro colégio um dia antes do desfile de fantasia. Fiquei com dó da criança, aquela mãe podia ser eu, mas (ufa!) ...

Dona Abstenção dos Brancos Nulos

  Depois do segundo turno das eleições municipais, estive analisando os votos em Porto Alegre e acho que é injusto o atual prefeito, reeleito, assumir o governo por mais quatro anos. Ainda que a disputa tenha sido entre ele e a candidata de oposição que desde o princípio todos sabíamos que não ganharia, pois ela defende justamente o que o “cidadão de bem” mais teme (que ele nem sabe o que é direito) e ainda por cima teimou em nascer mulher, nenhum dos dois obteve a maior parte do apoio popular. A grande vencedora dessa eleição foi a descrença na política. Abstenções, nulos e brancos totalizaram 436.025 votos, quase 30 mil votos a mais que o primeiro colocado, o comandante do Titanic portoalegrense. Levando isso em consideração acho que em 01 de janeiro de 2025 a capital deste estado que já foi protagonista da vanguarda política brasileira, símbolo de resistência, deveria empossar Dona Abstenção dos Brancos Nulos. Pensa na representatividade que essa governante teria? Presta atenç...