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Mostrando postagens de outubro, 2024

A cidade de palha

  Falemos sobre Prático, Heitor e Cícero, sim os três porquinhos. Se bem me lembro quando mamãe porca cansou de sustentar os pequenos suínos abusados, Cícero o mais preguiçoso do trio de leitões, decidiu construir uma casinha de palha, negando os perigos da floresta. Heitor, um pouco mais consciente, mas nem tanto, construiu uma casinha de madeira, enquanto Prático fazendo jus ao seu nome decidiu não ter problemas futuros e construiu uma casinha de tijolos, um empreendimento sólido. Então o lobo mau que vivia na floresta sendo único e exclusivo meliante de toda a redondeza, que sorte tinham os habitantes da mata, viu as edificações novinhas e cobiçou, não as propriedades em si, mas as carninhas tenras que as habitavam. Sorrateiro chegou na casa de Cícero anúncio o crime, deu meio assopro e a mal enjambrada edificação foi pros ares, voou como palha literalmente, o pobre porquinho gritou, gritou, correu, correu e se escondeu na casinha de Heitor, tenho quase certeza que ele não foi...

Calvino esteve na FLIP

Estive na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) pela primeira vez. Mais fiz acontecer do que desfrutei dela propriamente dita, mas é impossível não ser enfeitiçada pela magia literária que lá paira. Não fossem as pedras portuguesas nos colocarem em plena atenção, talvez flutuássemos pelas ruas, ainda que às vezes avistemos um ou outro alçando voos curtos pela cidade e se estabacando de forma dolorida e vexaminosa. Quase admirei a coragem dos ébrios que por ali andavam e não eram poucos. Foram dias quentes, mesmo quando chovia. Foi um mundaréu de gente, um turbilhão de informação, difícil acompanhar e absorver. Em meio a efervescência cultural e histórica, no duplo sentido da palavra, em uma manhã quente, daquelas que o sol já sai chamuscando a pele exposta, me postei em uma fila da padaria cedinho. Sim, porque há uma programação intensa, público e filas imensas. Ali parada sob a quentura em busca de pão e água gelada para completar o download da alma iniciado com um café preto...

Gincana de Gente Grande

  É semana de gincana escolar em um colégio classe média média, ou seja, classe baixa premium, desprovida de consciência. A primeira tarefa das turmas é arrecadar a maior quantidade de tampinhas de garrafa pet possível. O objetivo, ajudar uma instituição de caridade. Lido mal com caridade, curto mais justiça social, mas vamos lá incentivar a criança a arrecadar tampinhas. Percebo através da agitação do grupo de whatsapp de pais que a competição é séria, brincadeira de gente grande. Mães em descontagiante força tarefa para ter a maior quantidade possível dos engasgadores de tartarugas. Olho para nossa meia dúzia de tampinhas, honestamente arrecadada por uma saltitante criança de 7 anos, percebo que vou ter que tomar uma atitude. Por sorte, consigo com uma amiga uma bombona de 5 litros quase 100% recheada de tampinhas. Eu não tinha lido, mas é preciso entregá-las em garrafas de 5 ou 6 litros e só são aceitas as cheias. Chega o dia da entrega, a escola provinciana está em polvorosa,...